quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Artes plásticas: novas exposições ocupam três espaços

Nas últimas semanas, Maceió deu uma renovada nas exposições do pequeno circuito de mostras temporárias. Trabalhos de artistas e estilos diferentes estão ocupando três espaços significativos da cidade. Em todos, a visitação é gratuita e oferece ao público mais atento e paciente boas surpresas.

O percurso das artes plásticas pode começar na Pinacoteca Universitária, na Praça Sinimbu. Os três grandes salões brancos estão abrigando as instigantes criações de Alice Vinagre. Para Maceió, a artista paraibana radicada em Recife trouxe a série de trabalhos intitulados “Anotações sobre pintura”.

No recorte do universo dela, predominan o azul, o vermelho e suas variações. Cores e formas se relacionam de forma ambígua, que não levam a certezas ou afirmações. A mistura, a experimentação e a liberdade são os ingredientes mais fortes do combustível do processo criativo de Aline Vinagre.

“Barroca em sua natureza, esta obra nos apresenta curvas, bifurcações, linhas interrompidas, dilatações, sentidos e inclinações diversos, em que a visão estrutural de eixos e simetrias é negada, revelando sempre aspectos renovados e perturbando as regras da conformidade”, define a professora Maria do Carmo Nino.


Grandes dimensões

Em Jaraguá, os históricos galpões da Fundação Pierre Chalita ganharam fôlego com 27 trabalhos do artista que dá nome a fundação; 25 telas dos séculos 19 e 20 de Daniel Bérard e seis de Isa Bérard. A mostra impressiona pelas dimensões dos trabalhos da série “Do Paraíso – Brasil 500 Anos”, de Chalita.

Pintadas no ano de 200 em Maceió, as telas chegam a quase três metros de altura e dois de comprimento. Os temas passeiam nos cinco séculos do país tropical descoberto por Cabral, como a chegada da fé católica na terra dominda por índios, o Tratado de Tordesilhas, os Bandeirantes, o açúcar e os navios negreiros.

“É impressionante a visão do artista sobre esses fatos históricos. As pinceladas fortes, as figuras marcantes e a mistura das cores nos leva a imediata reflexão”, diz a estudante Ana Cecília Rodrigues, 19 anos, que estava pela primeira vez diante dos quadros de Chalita.

A mostra ainda oferece ao público telas do acervo da fundação, que geralmente não são expostas. Na lista estão “Cristo no Horto das Oliveiras” (Madri – Paris, de 1957), “Le portrait de Paulina” (Paris, 1957) e “Le Tilleul” (Salies de Bèarn (FR), 1959).

No galpão destino a Daniel Berárd (1846 -1910), se destacam a representação de santos da fé Católica (Nossa Senhora das Candeias, Santo Inácio Loila) e a série de retratos dos membros da família Vandesment.


Na Pajuçara

Recém-inaugurada, a Galeria do Centro Cultural do Sesi está abarrotada de exemplares dos muitos caminhos que podem ser trilhados diante dos trabalhos de Rosivaldo Reis. Não à toa, a curadora da galeria, Viviane Duarte, intitulou a exposição de “Metamorfose”.

“É a face mais contemporânea do artista, que está sempre em estado de modificação, transformação, encontrando novos rumos numa trajetória cheia de boas surpresas”, diz Viviane, que prepara edital para ocupação do espaço dedicado as artes plásticas na Pajuçara.

Além das 17 telas, a mostra ainda revela uma espécie de instalação nascida espontaneamente no ateliê do artista e transferida para a galeria. São dezenas de objetos de naturezas distintas e, aparentemente, sem relação entre si. “A composição desses objetos refletem o espírito liberto e sem normas rígidas a seguir. O artista busca inspiração no cotidiano e tudo pode ser o ponto de partida para novas criações”.



SERVIÇO

“Anotações sobre pintura”

Na Pinacoteca Universitária, praça Sinimbu

Visitação até 30 de outubro, de segunda a sexta-feira, 8h30 às 12h30 e das 14h às 18h

“Chalita – Bérad”

Fundação Pierre Chalita, em Jaraguá

Visitação até 30 de novembro, de segunda a sexta-feira em horário comercial; sábado das 8h às 12h

“Metamorfose”

Galeria do Centro Cultural Sesi, na Pajuçara

Visitação até 16 de outubro

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